sábado, 10 de setembro de 2011

A arte e o artista


O grafite experimenta o sabor da folha
E dela respira um ar de ventos loucos
Junto da ponta que rabisca uma bolha
esfarela-se tinta negra marota

O artista não sabe por onde começar
Criar sua obra, sem medo de conseguir
Plagiar ideias de sua outra idade, voltar
A infância dele agora é aqui

A folha fita-o esbranquiçada
Ele responde molhando-a com lágrimas
Está triste, estupefato para a alçada
Do voou de folhas cálidas

Agora o artista não difere folha de folha
Perdeu a noção. Verde ?  Branca ?
está sem escolha
O lápis ainda corre, seus dedos na dança

E aquela bolha, do início do poema
Desvirtua-se com a gota prateada
O real e arte em emenda
A lágrima e a negra bolha agora em cavalgada

Surpresa surreal
“Como pode meu desenho enrolar meu pranto?”
Artista simples, de mania sentimental
Não entente como sua arte pode ser tanto

Pensou e chorou mais
Quebrou o grafite, amassou a folha
Na longa caminhada aos pés do louco cais
arremessou ao mar a bolha

E como as verdes, a folha branca voou
Mas diferente daquelas que lhe despertaram confusão
A branca não veio cálida. O vento levou
O Artista notou, com a folha ainda em lágrimas, que a arte é pura emoção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário