sábado, 10 de setembro de 2011

Para Setembro


Setembro.
Passou o mês do desgosto.
Setembro,
Pulou agora do meu encosto.

Dormiu num mês, acordou em outro,
Simples e completamente disposto
A correr em busca de algo a mais.
Algo que o fizesse incorporeamente capaz.

Lutas honestas entre carne e coração.
Ainda lembrando-se do grande e doloroso não.
O setembro passado foi mês de discórdia,
Longe da felicidade que buscas para esse. Misericórdia!

“Cuideis de mim. Sou frágil e sensível.
Componho-me porque preciso desse alívio.
Afasto-me porque precisas desse espaço
Mas é por amor que é sempre eu que faço.”

“Não vou criar colunas entre nós dois
Nem tumba para a história de depois. ”
Depois de amar e lutar.
Mas nunca amar e beijar.

Fi-lo especialmente por carinho.
Sexo é esperança. Ó, lindo cavalo-marinho,
Que trocas com a esposa o papel de mãe
E faz-te tal qual o mundo te expõe.

Esperança. Megera pútrida.
Carne mórbida e sem cor, sem vida
Aqui jaz de um homem quente
Que nessa vida tudo que fez foi ser crente.

Acreditou no amor, na mulher, teve esperança
falou mal do amor e da esperança, desde quando a criança,
Mesmo longe de casa, pareceu-lhe capaz
De mostrar-lhe o quanto amavas tal rapaz.

E desiludido com os afetos
Tomou distância para entregar a criança o que lhe é direto
 “dar-lhe-ei meu amor distante, podre esmeralda.”
E despedir-se-á da mesma em paixão embaralhada.

Sabe bem que a distância virá.
Só não aceita, não tem de aceitar.
É homem vilão, esse repente sem credo
Que fará da esperança um morador sem teto.

Pede a chegada do fim:
 “vá embora amor, leve um pedaço de mim.”
Correrá após alguns anos ao encontro
De uma maldade que ele tanto amou. Foste tonto?

Ainda sem entender o que se passou
Simplesmente varia o humor que o lotou
E a grande espera da tal despedida,
Como o enfermo que espera que sarem sua ferida.

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