segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Esqueça tudo


Fiquei completamente extasiado
Pela mudança que tive no passado.
Foi inteiramente à força tua
Que sempre sonhei: era linda, nua.

Ainda não entendo o motivo
de essa confissão do eu lírico passivo
fazer o leitor surpreso, boquiaberto
se todo amante sonha com sexo.

Na minha história, fui expulso.
Expulso do meu próprio mundo
para habitar uma linda flor em pulso,
dourada, virgem de vida, fez-se meu tudo.

Os momentos inoportunos foram vários.
Os amores cultivados com espaço.
O caviar preso num orvalho.
E a fome de um coração escasso.

Tive de entender que a rosa não me aceitou
E aprender a sentir seu doce aroma
sem minha sanidade perder-se. Afundou!
Fui exposto, muito, tal qual o Coliseu de Roma.

Meu Teatro.
Quebrado...
Velho...
e histórico.

A fama de grandes problemas me derrubou.
Não pude julgar, a rosa já tinha um amor.
Doeu em mim saber.
Doeu também ter de entender.

E, mais uma vez, fugi de mim.
Escondi tudo que me fez afim.
Participei de uma linda vida
sem sequer fechar minha ferida.

Ferida?
Porque amar-te é pecado?
Porque querer-te me faz armado?
Eu te amo e te quero, mas sou forte e espero.

Espero o fim.
Gasto meu latim.
Ainda nesse palco de sabores
Sonho e choro em dores.

Esqueça o que passamos.
Esqueça o que sonhei.
Esqueça o que falamos.
Mas nunca esqueça que te amei!

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